segunda-feira, 22 de outubro de 2007

Dança do Ventre

Há registros de que, em civilizações antigas (Suméria, Acádia, Babilônia, Egito) era desenvolvido rituais de fertilidade em homenagem às Deusas femininas que protegiam as águas (Uazit) a terra (Geb) as mães (Hater) e os filhos (Taueret ou Touíris). Em todos os tempos, em todas as culturas, a dança geralmente esteve ligada à magia, a religião, ao amor e a morte.
Da época em que as danças simbolizavam rituais e eram um meio de comunicação com as divindades, ou seja, a própria natureza, restarem alguns poucos sinais, dentre essas manifestações, a Dança do Ventre.
A maioria dos historiadores acredita que essa dança surgiu no Egito, por volta de 5000 a.C. No Egito, durante o período pré-dinastico (anterior aos faraós), acontecia anualmente uma festa à Deusa Isis (deusa da lua, da magia, da fertilidade, senhora da beleza, também conhecida como Iaset; as sacerdotisas, devido a sua natureza feminina e receptiva, abriam um canal para o plano espiritual através de seus cânticos e da dança para que a energia se manifestasse. Para agradar a Deusa, elas narravam através dos passos, movimentos e ondulações do ventre, o seu aparecimento na Terra junto com Osíris (Deus destinado a espalhar benefícios sobre o mundo) e o nascimento de Horús (filhos de Isis e Osíris, era o Deus da sabedoria, o Deus soberano que unificou o Egito) e Anúbis (Deus cão ou chacal, Deus da medicina).
As sacerdotisas buscavam uma união com o universo, sendo esse o motivo de realizarem movimentos que representavam animais e seus aspectos divinos, os 4 elementos da natureza e suas divindades. Na época Faraônica, a Dança do Ventre continuou sendo muito prestigiada, fazendo parte das cerimônias religiosas. Através dos milênios, essa dança sobreviveu mesmo sofrendo algumas transformações.
O monoteísmo e a intolerância religiosa, levou a Dança do Ventre, que era e ainda é, ligada à celebração da fertilidade e rituais religiosos, ficar confinada dentro das casas e dos prostíbulos.Quando Napoleão invadiu o Egito, elas entretiam os soldados franceses a tal ponto que foram proibidas pelos generais de freqüentar os acampamentos, e por não obedecerem as ordens, cerca de 400 bailarinas foram decapitadas. A prática da Dança do Ventre foi absorvida pela cultura árabe, cuja versão contemporânea acrescentou a ela um ritmo mais acelerado e um clima de festa.
Ela se espalhou pelo mundo com a ajuda dos viajantes, os mercadores e povos nômades (como os ciganos e beduínos).
Depois de tantas fronteiras, preconceitos e atravessando os mares, em 1917 a Dança do Ventre conquistou a Europa, apresentada pela bailarina Shafiga La Copta, em Paris, na 1ª Feira Internacional.
Na América, a Dança do Ventre chegou após a 2ª Guerra Mundial, nos EUA, através de filmes sobre As Mil e Uma Noites.
Espalhando-se pelo continente americano, a Dança chegou ao Brasil. As bailarinas pioneiras são: Sherazard, Irene Lima, Lulu Sabongi, Lucy Penara, Liza Gonzáles, Fádua Chaff, entre tantas outras.
A Dança do Ventre recebeu nomes diferentes, dependendo da região:- Raqs el Shark ou Raqs Sharkke – no Egito significa “Dança do Oriente” ou “ Dança do Leste”.
- Chiftitilli – na Grécia, esse nome é também o nome de um ritmo comum na Turquia.
- Rakkase – na Turquia.
- Dance du Ventre – na França.
- Belly Dance ou Dança do Ventre – seu nome ocidental.

A dança do ventre possui várias modalidades que são diferenciadas pelo estilo de roupa, música, objeto usado na dança e até mesmo os movimentos específicos que traduzem determinado ritmo.
Dentre estes podemos citar algumas dessas modalidades conhecidas como: A dança com véu, dança com espada, dança com candelabro, solos de derbake (percussão), Gawazee, dança com jarro, dança com bengala, dança com taças, dança de chão, Meleah Leaf, dança moderna entre outras diversas modalidades que se adequam a cada época e a cidade em que nasceu.
Atualmente, a dança ainda está em desenvolvimento, recebendo influencias de culturas. Ela tem um poder hipnótico devido à mágica combinação de elementos da natureza e sensualidade. Seus movimentos não são numerosos, mas permitem muitas variações. Mesmo com tantas variedades de estilos percebemos que uma característica permanece, os movimentos de quadril, alternadamente ondulatórios e vigorosos. Sua mensagem alegre e positiva vem conquistando gerações, que buscam preservar e difundir suas características: a sensualidade, leveza, beleza, alegria, vitalidade e expressão.

Um comentário:

Anônimo disse...

O texto é da própria Jaqueline, a dançarina que encantou a platéia da UNIP.
PARABÉNS JAQUELINE! O seu show ainda está sendo muitoooooo comentado!
abraço,
Andréa